O The Town investiu no trap em seu primeiro dia em 2025

Primeiro dia do The Town explora o Rap e seus subgêneros

Crédito: divulgação/ The Town

O The Town 2025 teve início neste sábado (6) no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, e a segunda edição do maior festival de música, cultura e arte da cidade, que acontecerá até o dia 14 de setembro, vem oferecendo uma maratona de 14 horas diárias de experiência.

No primeiro dia do evento, o público pôde conferir shows de nomes nacionais do trap como Filipe Ret, MC Cabelinho e Matuê, assim como artistas internacionais ligados ao R&B e hip-hop como Lauryn Hill, Don Toliver e Travis Scott.

Confira os destaques logo abaixo!

Filipe Ret

Ao abrir as apresentações do palco Skyline, Filipe Ret entregou um show intenso e cheio de sucessos do álbum Nume (2024) e da versão deluxe do trabalho, Nume Epílogo (2025), trazendo toda a força que o consolidou como um dos grandes nomes do rap nacional.

Acompanhado do trapper Alee, que somou frescor à apresentação, Ret transitou entre o rap clássico, o trap e nuances melódicas, contestando sua versatilidade ao abrir espaço para novas estéticas e fusões dentro da música urbana, além de mostrar como o cantor se mantém relevante em meio às transformações do cenário.

Com o Skyline tomado por uma multidão de jovens que fizeram do palco principal um convite para começar o festival com tudo, sucessos como “Corte Americano”, “Isso Que é Vida” e “Da Onde Eu Venho” foram entoados em coro, transformando trechos da apresentação em verdadeiros hinos coletivos.

Em termos simbólicos, Ret mostrou que sua música transcende o underground e dialoga com grandes eventos sem perder autenticidade, sustentando tanto densidade artística quanto apelo popular.

MC Cabelinho

A performance de MC Cabelinho no The Town destacou outra face da música urbana nacional. Com uma cenografia incrivelmente simples e os girassóis presos ao cabelo como marca estética, Cabelinho comandou o público com carisma em um repertório que misturou trap e funk, garantindo que a pista nunca esmorecesse.

Do primeiro ao último acorde, sua leitura da plateia entre brincadeiras, chamadas e covers pontuais transformou o show em uma festa coletiva, em que o artista se valeu tanto de sua presença amplificada quanto de momentos de intimidade para manter o público em movimento.

Burna Boy

Em uma performance poderosa, Burna Boy fez da Cidade da Música um palco de celebração ao Afrobeats. Com presença magnética e energia contagiante, o artista nigeriano trouxe uma grande banda e dançarinos ao Skyline, levando o público a cantar e dançar do início ao fim com a energia de uma verdadeira festa.

Em um show grandioso, Burna Boy consolidou sua posição como um dos principais nomes da música global e marcou a primeira noite do The Town com intensidade e emoção.

Matuê

Matuê assumiu o palco The One com uma presença de cena cuidadosamente calculada: a cenografia em formato de iceberg ocupou todo o espaço cênico, servindo de base para a banda posicionada no topo e criando uma imagem visual que misturou grandiosidade e mistério.

Em termos de repertório, o show percorreu os hits que estruturam seu império trap, de “Kenny G” a “Quer Voar” e “Vampiro”, mantendo um equilíbrio entre momentos de impacto sonoro e trechos mais introspectivos que funcionaram como respiro dramático durante a apresentação.

A estratégia de palco, aliada a luzes cortantes e a uma engenharia de som pensada para arenas, transformou a performance em espetáculo visual e auditivo, aproximando o artista de um formato de show cada vez mais próximo ao de grandes headliners.

A noite ganhou ainda mais intensidade com as participações especiais de TETO e WIU, que haviam passado pelo palco Factory mais cedo, além de Brandão. Chamados a se juntar a Matuê em momentos-chave do set, os convidados não só elevaram o carro-chefe do show como também reforçaram a ideia de uma cena trap articulada e solidária, na qual artistas se cruzam e se potencializam ao vivo. O cearense reforçou o conceito de coletivo que sustenta o sucesso da 30Praum.

Don Toliver

Crédito: Divulgação/ The Town

Depois da energia nacional de Filipe Ret no Skyline, foi a vez de Don Toliver assumir o palco com a responsabilidade de manter o nível alto da noite. O rapper texano, que estreou no Brasil em 2023 no Festival Cena, voltou ao país neste ano em outro patamar, consolidado como uma das figuras mais instigantes do trap internacional.

A apresentação no The Town começou com intensidade, alternando faixas dos discos Heaven or Hell (2020) e Hardstone Psycho (2024) em um set que uniu batidas densas, vocais melódicos e a atmosfera imersiva que se tornou marca registrada em sua trajetória. Cercado por alta expectativa, o show contou com uma produção visual relativamente rasa, mas com batidas que traduzem bem o universo estético do artista.

A performance, no entanto, foi afetada por um dos maiores desafios que têm marcado grandes shows de trap nos últimos anos: relatos de aglomeração e tumulto que colocam a segurança do público em risco. O problema levou a organização a interromper temporariamente o show, enquanto a equipe buscou reestabelecer o fluxo entre as áreas e evitar danos mais graves.

Em razão desse quadro, Don Toliver deixou de executar algumas de suas músicas de maior apelo, mas retomou a apresentação e manteve o ritmo dentro do possível, alternando grandes momentos sonoros com passagens mais contidas para garantir a ordem.

A abertura foi marcada por “Kryptonite” e “Tore Up”, seguidas pela estreia ao vivo de “Tiramisu”, uma das novidades do último álbum. Além disso, o cantor incluiu sucessos anteriores como “Cardigan”, “Had Enough”, “No Pole” e a clássica “WHAT TO DO?”, faixa de Jackboys, grupo que tem Don e Travis Scott como principais membros.

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