Foto: divulgação/ The Town
Nessa edição do The Town, o dia 7 de setembro, data historicamente ligada à Independência do Brasil, gerou uma curadoria dedicada a relacionar o feriado ao rock, gênero que, ao longo das décadas, sempre ressurgiu em momentos de tensão social como voz de contestação e de cobrança por mudanças, sobretudo representando uma juventude inquieta e insatisfeita.
Sendo assim, o festival reforçou a ideia de que a arte carrega, em sua essência, um caráter transformador. No palco, artistas nacionais como Pitty, no palco The One, e Capital Inicial, no Palco Skyline, deram o tom de resistência em seus discursos e repertórios, o mesmo se viu na energia das batalhas de rima do palco Quebrada, que aproximaram o espírito do rap da tradição de confronto do rock.
A noite ganhou ainda mais peso e teor político com a presença do Green Day, banda que há décadas incorpora mensagens de rebeldia e crítica social em suas apresentações. Fechando a programação do palco Skyline no primeiro final de semana de The Town em 2025, o trio californiano iniciou seu show às 23h15 diante de um público de cerca de 100 mil pessoas.
Green Day encerrou o primeiro final de semana de The Town em 2025
A apresentação contou com a presença marcante de Billie Joe Armstrong no vocal e guitarra, Mike Dirnt no baixo e Tré Cool na bateria, que mantiveram a energia pulsante do início ao fim através de um setlist que trouxe “American Idiot” e “Holiday”, ambas do aclamado álbum homônimo lançado em 2004, abrindo o show e fazendo o público se agitar.
Logo na sequência, durante “Know Your Enemy”, o grupo convidou uma fã para subir ao palco e cantar a música com os integrantes. Mais para frente, antes de “Hitchin’ a Ride”, o Green Day executou um trecho de “Iron Man”, do Black Sabbath, em clara homenagem a Ozzy Osbourne, que nos deixou em julho sob comoção mundial.
Já em “Minority”, canção que está no álbum Warning (2000), Billie Joe apresentou seus colegas, que receberam toda a energia da galera. Em seguida, dobradinha de “Basket Case” e “When I Come Around”, que fazem parte do icônico disco Dookie (1994), deixou os fãs completamentes enlouquecidos.
Outro destaque da apresentação aconteceu na hora de executar a clássica “Wake Me Up When September Ends” (em pleno setembro!), combinada com a progressiva “Jesus of Suburbia”. Além disso, o Green Day surpreendeu ao incluir “St. Jimmy”, faixa menos recorrente nos shows, deixando a plateia bastante contaminada pela vibração que vinha do palco.
Com quase quatro décadas de carreira, o Green Day reforçou no The Town, em aproximadamente duas horas no palco, sua relevância no punk rock com uma apresentação cheia de pirotecnia, interações com os fãs, discursos políticos, carisma coletivo e muito talento ao vivo diante de 100 mil pessoas mais que dispostas a reverenciar seus ídolos.
