Céu celebra duas décadas de carreira em noite arrebatadora no Circo Voador

Foto: Rômulo De Sá Pereira

A noite da última sexta-feira, 24 de outubro de 2025, marcou um encontro histórico entre Céu e o público carioca. A cantora paulista não poderia ter escolhido lugar melhor para o início de sua turnê comemorativa pelos 20 anos de seu disco autointitulado. Diante de um Circo Voador lotado, ela presenteou a plateia, que esgotou os ingressos, com um repertório baseado em Céu (2005) e outros sucessos de sua trajetória.

Confesso que não acompanhei sua carreira desde o início, meu primeiro contato foi um tanto tardio. Tudo começou com “10 contados”, melodia tranquila e gostosa que tem minha preferência em toda a discografia de Céu até hoje. Hipnotizado por sua voz, fui recuperar o tempo perdido e passei a acompanhar mais de perto sua carreira.

Era a época do lançamento de Tropix (2016), meu álbum favorito e trilha sonora da minha vida por muito tempo. Aquele outro show no Circo ainda guarda espaço na minha memória. Quase uma década depois, “Céu 20 anos”, título de sua turnê comemorativa, foi um verdadeiro presente e a tradicional lona no Centro da cidade foi mais uma vez a oportunidade de testemunhar ao vivo canções que abriram os caminhos de uma das vozes mais originais da música brasileira contemporânea.

Aliás, optar pela região da Lapa como início das festividades pelas duas décadas de sucesso foi uma escolha perfeita. O Circo Voador é um lugar mágico e “A Nave” levantou voo empolgando a galera. No palco, Céu estava radiante e muito à vontade, cheia de “Malemolência”, faixa que, logo nos primeiros acordes, fez o público cantar em uníssono, reafirmando seu lugar entre os grandes hinos de seu repertório.

“Lenda”, com sua cadência suave e aura mística, ganhou novos contornos no palco, enquanto “Roda” e “Rainha” reforçaram a força rítmica e o balanço. Foi uma experiência maravilhosa ouvir as faixas que eu só escutei no fone de ouvido bem de perto. O auge foi quando identifiquei os primeiros acordes da já citada “10 contados”, e é preciso falar: ao vivo a música ainda é melhor.

Entre uma canção e outra, Céu interagiu com a plateia e dançou muito. Era nítido que ela estava feliz, e ainda fez uma declaração de amor ao Rio de Janeiro. No fim, a artista recebeu uma salva de palmas interminável, digna de Festival de Cannes. O show, com pouco mais de uma hora e quarenta minutos, foi realmente coisa de cinema.

O longo bis deixou um gostinho de quero mais e o desejo de que muitos outros anos de carreira sejam comemorados no Circo Voador. Inclusive, Tropix completará dez anos em 2026 e eu fico na torcida por mais uma turnê de celebração.

Confira fotos e o setlist do show de Céu no Circo Voador logo abaixo!