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Foto do escritorAllan de Menezes

Forfun: Banda faz despedida na Apoteose em um espetáculo memorável do Riocore

Apresentação aconteceu no sábado (30), no sambódromo.


Crédito: Thaís Monteiro / @thaclicando


Na noite do último sábado, a Apoteose se transformou em uma máquina do tempo para os fãs do Rio Core, reunindo uma multidão que celebrou não apenas a música, mas também as memórias de uma geração inteira. O evento marcou o encerramento da turnê de despedida do Forfun, banda que ao longo de mais de duas décadas conquistou corações com letras carregadas de mensagens positivas, reflexivas e com a energia pulsante do rock alternativo.


Com portões abertos às 14h, a primeira atração a aparecer foi o sol forte que tomava conta de todo o sambódromo, com público chegando aos poucos, alguns bons samaritanos arriscava ficar na primeira fila do gargarejo sob a alta temperatura, e outros tentavam se abrigar em baixo das poucas sombras existentes, mas logo por volta de 15h, ninguém menos que Diogo Defante, sobe ao palco trazendo sua irreverência característica, mesclando stand-up e música. Com piadas afiadíssimas e um carisma peculiar, ele preparou o público para a sequência explosiva que estava por vir, com músicas como “Jerry”, “Minha vó” e “Padeiro”, botou a galera presente para pular e começar a aquecer os motores para o dia que prometia bastante, mas se você está se perguntando, o que tem Diogo Defante com Rio Core?


Crédito: Thaís Monteiro / @thaclicando


Para aqueles poucos sábios da cena que dominou o rio de janeiro em meados dos anos 2000, Dioguito fez parte de uma banda chamada “Let’s Go”, que em alguns lugares como Lona Cultural de Realengo, Lona Cultural de Jacarepaguá e Planet Music, o artista costumava abrir shows das bandas que tocaram a seguir, o tempo passa, mas o movimento segue sempre vivo.


Dando continuidade, logo depois, Darvin subiu ao palco para relembrar também os fãs de sua contribuição para o cenário underground carioca. Tocando hits como "Duas e Meia", "Pensa em Mim" e “Doha”, a banda revisitou aquela nostalgia do skate e da liberdade adolescente, e com público já majoritariamente presente, as rodas já começavam a ficar mais aparentes e animadas, parece que daqui em diante, o motor já estava bem aquecido para as próximas bandas.


Crédito: Thaís Monteiro / @thaclicando


A terceira atração foi o Dibob, outro pilar do movimento Rio Core, subiu ao palco por volta das 17h20, no pique final de tarde na praia, regida pela energia sem igual do vocalista Dedeco, que para os fãs de Forfun, sabe que ambas as bandas sempre andaram juntas de mãos dadas por todas esses anos, devido à grande amizade entre os artistas, o show contou com um setlist repleto de clássicos como "1x0 Eu","Dibob" e “Foi difícil”, eles provaram que a energia deles continua intacta, deixando o público cantando em coro a plenos pulmões.


Crédito: Thaís Monteiro / @thaclicando


Para fechar o esquenta, Scracho trouxe seu pop-punk cativante. Com músicas como "Divina Comédia", "Morena" e “Quase de Manhã”, entretanto houve alguns momentos que deixou o público indo ao delírio, a banda convidou Diogo Defante para cantarem juntos “Lua de Cristal” música da Rainha dos Baixinhos, a Xuxa, o mesmo até apareceu com um chapéu de paquita, e pelo jeito não se contiveram em apenas um convidado, e para tocarem a música “Lado bê”, que foi feita em parceria com Rodrigo Costa e Vitor Isensee do Forfun e de brinde Dedeco do Dibob, com certeza todo fã do movimento esperou por esse momento, a reunião de todos, e aconteceu, todos subiram ao palco e virou uma única festa, desse jeito a banda conseguiu equilibrar momentos de agito com aqueles de pura emoção.


Crédito: Thaís Monteiro / @thaclicando


Por hora, ciclos se iniciam e ciclos se encerram, era hora do adeus ou talvez do Até logo, não saberemos, mas a única certeza que teremos, é que esse show seria o show da vida dos 4 integrantes do Forfun, e até mesmo de muito fã que veio de longe, aliás não é todo dia que uma banda promete fazer um show de 3h de duração e gravação de DVD.


Quando o Forfun tomou finalmente o palco, a Apoteose veio abaixo. A abertura foi com "Hidropônica", um clássico que imediatamente conectou banda e público em uma sinergia quase palpável. Em seguida, o público que já estava na mão deles, “Good Trip” já deixou todo mundo fora de si, impossível não extravasar quando alguma pedrada do “Teoria Dinâmica Gastativa” é tocada, posteriormente eles mergulharam em uma sequência que passeou por todos os álbuns da carreira, com destaques como "Suave", "Quando a Alma Transborda" e "Cigarras".


Crédito: Thaís Monteiro / @thaclicando


Entre uma música e outra, a banda compartilhou momentos de emoção, agradecendo aos fãs por uma trajetória tão rica. O vocalista Danilo Cutrim foi particularmente enfático ao reforçar como o Rio Core foi mais do que uma cena — foi um movimento cultural que uniu amigos e proporcionou experiências inesquecíveis.



Logo após uma sequência de hits, o Forfun também queria transformar seu palco em uma pista de festa, fazer virar bagunça mais do que já poderia fazer, assim convidou Thiago Niemeyer vocalista do Darvin, para cantarem juntos “Minha Formatura”, considerada umas das primeiras músicas da banda, que estava presente em demos antigas, e por seguinte, outro convidado a subir no palco, foi Diego Nelsinho do Scracho, foi retribuir ao favor dos amigos que subiram no palco em seu show, mas brincadeiras a parte, o vocalista cantou “Terra do Nunca” com os amigos.


Passando o momento agitado, de muitas músicas dos primeiros anos de forfun, as guitarras distorcidas abriram espaço para um momento mais intimista, foi montado um palco acústico, momento apropriado para descansar o corpo, a mente, pois como já dizia Danilo Cutrim, ninguém ali tem mais 30 anos, e fazer um show de 3 horas para uma galera que já estava ali desde 14h da tarde, exige ao menos uns minutos de desaceleração, e com isso, foram tocadas músicas como, ‘Descendo o Rio”, “A garça” e “Vou em Frente”, e também algumas músicas conhecidas por serem agitadas e na pegada bem hardcore, ganharam uma nova repaginadas nessa turnê, são elas, “Eremita Moderno”, “Panorama” e “O Melhor Bodyboarder da Minha Rua”.



Imergindo numa sequência intimista, atravessando todas as fases da banda, era vez de trocar novamente os instrumentos, e voltar para festa que parecia não ter hora para acabar, e após um momento de catarse, já era hora de outro, foi a vez agora do Rapper Xamã subir ao palco para cantar “Gruvi Quântico” com a banda.



O ponto alto veio com "Sigo o Som", com a aparição surpresa de Di Ferrero do NxZero, as vozes de milhares de fãs transformaram a Apoteose em um coral uníssono, deixando todas as pessoas em êxtase profundo com a participação que não havia sido divulgada, diferente das outras. Depois disso, o que acontecesse em seguida na apresentação seria lucro, pois, já passado mais de duas horas, ainda faltava muita canção que foi o pilar do sucesso do Forfun nos anos 2000.


Crédito: Thaís Monteiro / @thaclicando


E assim, chegando no final da apresentação, o discou Teoria Dinâmica Gastativa, apelidado carinhosamente pelos Fãs de TDG, suas músicas mais clássicas são as mais esperadas pelos fãs durante o show, “Constelação Karina”, “Cara Esperto” e “Seu Namorado” iniciaram a sequência matadora, desafiadora, quem ainda tinha um pingo de energia para gastar no show, o momento era esse, largar tudo para o alto e curtir como se não houvesse amanhã, seguindo com “Costa Verde” que sempre tem participação do Dedeco como marca registrada nos shows, mas dessa vez, cantaram juntos também a icônica música que homenageia o Rio de Janeiro, “Rio porque tô no Rio”, e o encerramento, com "História de verão", foi um verdadeiro agradecimento à jornada compartilhada entre banda e público, encerrando o ciclo mais uma vez, de um legado que atravessou gerações, que dessa vez estreitou mais os laços, fazendo uma grande celebração, do tamanho que o Forfun é e merece.



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