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Foto do escritorEduardo Boone

20 Dias em Mariupol: um filme triste, impactante e perturbador para espectadores sensíveis


“A guerra é como um raio X, nela nós vemos como realmente os seres humanos são por dentro”: A frase pronunciada por um médico no documentário "20 Dias em Mariupol", dirigido pelo cineasta ucraniano Mstylav Chernov, se entrelaça com várias falas e imagens perturbadoras de uma cidade encurralada que gradualmente está sendo destruída.


Apesar de o cineasta ser ucraniano, o documentário não adota nenhuma posição política; apenas registra o que está ocorrendo na cidade de Mariupol nos 20 dias desde o início do ataque das tropas russas. Enquanto estão presos na cidade, encurralada pelos soldados russos, alguns jornalistas fazem um esforço para documentar os momentos da guerra, acompanhando a resistência dos soldados ucranianos que estão tentando impedir que a tropa russa se aproxime.


Em meio aos ataques, não são incomuns as imagens de crianças falecendo nas ruas, corpos pequenos e frágeis mortos nos leitos dos hospitais, pessoas fugindo e homens e mulheres chegando ao hospital com partes dos corpos amputadas, cenas que o cineasta trata com delicadeza ao mostrá-las, dada sua intensidade, mas também é capturado perfeitamente as expressões das pessoas, que por si só falam da angústia do momento.


Com o uso de pequenas câmeras e algumas imagens aéreas, o documentário segue com uma narração em off, acompanhando o desespero de uma cidade que está sendo gradualmente destruída e os crimes de guerra cometidos pela tropa russa nos ataques contra civis, residências e hospitais. "20 Dias em Mariupol" não traz inovações ousadas na forma como é filmado; não apresenta nada que já não tenha sido visto em outros documentários. No entanto, a história fala por si só; é triste e impactante. É um filme que não é recomendado para pessoas mais sensíveis, é um filme que retrata de maneira desoladora a condição humana causada por outros seres humanos.

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