Crédito: Flávio Santiago
Na noite de 14 de novembro de 2024, o Tokio Marine Hall, em São Paulo, foi transformado em um verdadeiro reduto do indie rock, onde a energia e a nostalgia se fundiram em uma celebração arrebatadora. O Franz Ferdinand retornou ao Brasil para sua nona passagem pelo país, trazendo consigo duas décadas de estrada e uma bagagem recheada de hinos que marcaram a cena musical dos anos 2000. Dessa vez, além do resgate dos clássicos, o grupo escocês presenteou o público com um vislumbre de seu novo trabalho, “The Human Fear”, com lançamento previsto para janeiro de 2025.


A abertura da noite ficou a cargo do cantor brasileiro Tom Ribeira, que, com sua presença magnética, conquistou a plateia logo nos primeiros acordes. Seu talento não passou despercebido por Alex Kapranos, vocalista do Franz Ferdinand, que fez questão de elogiar a performance do artista. Quando o relógio se aproximava das 22h, Kapranos e sua banda – Bob Hardy (baixo), Dino Bardot (guitarra), Julian Corrie (teclados e guitarra) e Audrey Tait (bateria) – tomaram o palco com a autoridade de quem conhece bem o poder de um espetáculo ao vivo. O primeiro acorde soou como um estopim, abrindo a apresentação com “The Dark of the Matinée” e seguindo com “No You Girls” e o público mergulhou sem hesitação no turbilhão sonoro que se seguiu.


O repertório foi um passeio pela trajetória do grupo, entre canções que definiram o espírito de uma geração, músicas como: “Darts Of Pleassure” e “The Fallen” e composições inéditas que apontam para o futuro da banda com “Build It Up”. No entanto, o auge da apresentação foi durante a icônica “Take Me Out”, clássico absoluto do grupo, o público, em uníssono, respondeu com entusiasmo, transformando cada refrão em um coro apoteótico. Kapranos, sempre carismático e enérgico, interagiu com os fãs de forma intensa, chegando a erguer uma bandeira brasileira em um gesto simbólico que reforçou a relação especial entre o grupo e o país.


A reta final do show foi um clímax cinematográfico, música como “Hooked” e “Outsiders” ditaram o embalo de uma festa indie que parecia não ter fim. O encore trouxe uma sequência eletrizante que fez o chão tremer. “Michael” e “This Fire” fizeram um encontro explosivo de corpo e alma, entre banda e o público, transformando a atmosfera em um lugar de magia e extasê profundo, tamanha qualidade da apresentação, fechando a apresentação em grande estilo, Kapranos declarou todo seu amor para o brasil, dizendo que a energia do público brasileiro é diferente e que diante de uma apresentação dessas, fez o Tokio Marine Hall vibrar como um só organismo pulsante.


Mesmo após 20 anos de carreira, o Franz Ferdinand continua dominando os palcos com maestria, provando que sua essência permanece intacta. O show foi mais do que uma apresentação musical; foi um ritual de celebração da longevidade do indie rock e da conexão inquebrantável entre artistas e fãs. Quando as luzes finalmente se apagaram, ficou a certeza de que, para aqueles que estavam ali, a chama do Franz Ferdinand ainda arde com a mesma intensidade do primeiro acorde.