Palaye Royale transforma o Carioca Club em estilo punk

Foto: Kimberly Koeche | @kimbrlyKoeche

Na noite de sexta-feira, 16 de maio de 2025, o Carioca Club, em São Paulo, foi palco da tão aguardada estreia do Palaye Royale no Brasil. Conhecida por sua fusão de glam rock, art punk e brit-pop, a banda apresentou-se para uma plateia entusiasmada, promovendo seu mais recente álbum, Death or Glory (2024).

Composto pelos irmãos Remington Leith (vocais), Sebastian Danzig (guitarra) e Emerson Barrett (bateria), o trio canadense-americano lançou seu quinto álbum de estúdio em agosto do ano anterior. A ausência de banda de abertura contribuiu para aumentar a expectativa dos presentes, que puderam mergulhar de imediato na atmosfera intensa e teatral que marca as apresentações do Palaye Royale. Desde os primeiros acordes de “You’ll Be Fine”, a conexão entre banda e público foi evidente. Remington Leith, vocalista carismático, demonstrou um engajamento excepcional, interagindo intensamente com a plateia ao longo de toda a apresentação.

Apesar de um contratempo de última hora, a ausência do baterista Emerson Barrett, devido a problemas com visto na Argentina, foi sentida, mas o grupo seguiu com o show sem hesitações. A ausência não comprometeu a estrutura ou a intensidade da apresentação, que se manteve sólida, energética e extremamente bem recebida pelos fãs.

Remington demonstrou carisma e presença de palco, enquanto o guitarrista desceu até a pista para interagir com os fãs. Durante “Death or Glory”, a plateia cantou tão alto que chegou a cobrir os vocais de Remington, evidenciando a forte conexão entre banda e fãs. Canções como “No Love in LA”, “Little Bastards”, “Just My Type”, “Dying in a Hot Tub” e “Lonely” proporcionaram um verdadeiro passeio pela trajetória da banda.

Em “Addicted to the Wicked & Twisted”, Remington usou uma pistola de brinquedo para esguichar água na galera, e em “Showbiz”, o frontman utilizou um bote inflável para surfar sobre o público, criando uma atmosfera de festa caótica e agitada. Bolas brancas sobrevoaram o Carioca Club, adicionando um toque lúdico ao espetáculo. Em outro instante marcante, o vocalista subiu ao mezanino da casa e, para surpresa de todos, pulou de cima até o público.

A identidade visual do Palaye Royale, já marcante por sua estética glam e teatral, ganha ainda mais força quando transposta ao palco. No show, essa característica se torna explícita: os figurinos rebuscados, a maquiagem carregada e a inspiração no glam rock dos anos 70 compõem uma atmosfera estética poderosa. Tudo isso, somado ao trabalho de luzes e efeitos visuais bem coreografados, transforma a apresentação em uma verdadeira experiência sensorial — onde som e imagem caminham em perfeita sintonia.

Antes da intensa “Fucking With My Head”, Sebastian Danzig tomou o microfone para um momento de sinceridade. Ele pediu desculpas pelos obstáculos enfrentados pela banda para chegar ao Brasil, relembrando o adiamento do show previsto originalmente para janeiro. Ao lado de Remington, expressou gratidão pela oportunidade de, enfim, se apresentar para o público brasileiro.

A apresentação seguiu com “For You”, música que introduziu uma sequência mais emocional do set. Na sequência, o vocalista sentou-se ao piano para uma versão intimista da introdução de “Lonely”, um dos maiores sucessos da banda e faixa central do álbum The Bastards (2020). A vulnerabilidade do momento contrastava com a energia das faixas anteriores e mostrou uma nova faceta de Remington: sensível, intensa e visceral.

Mesmo sem a formação completa, o Palaye Royale sustentou uma performance de altíssimo nível. Hits como “Hang On to Yourself”, “Little Bastards” e “Mr. Doctor Man” incendiaram o público, enquanto faixas como “Broken” criaram uma atmosfera de cumplicidade e emoção. O público respondia em uníssono, transformando o Carioca Club em um coral apaixonado.

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