Paul McCartney: Eterno Beatle faz show memorável para Allianz Parque lotado, repleto de hits e clássicos

Apresentação aconteceu na última terça-feira(15), no Allianz Parque

Mesmo nem sem completar 1 ano desde sua última passagem pelo Brasil, que fez uma tremendo sucesso, com ingressos esgotados em diversas cidades, Paul McCartney retorna com sua “Got Back Tour”, dessa vez um pouco menor, com apenas duas datas em São Paulo e uma em Florianópolis, mas que sempre disposto a provar e deixar bem claro o quanto é amado pelo fã brasileiro.

Vivendo no auge de seus 82 anos, a magia de se fazer um show de 3 horas deixa de ser novidade e se torna algo tão habitual e rotineiro para o lendário músico. E com isso, a carreira e o legado que atravessa gerações, cada vez mais se renova e se transforma, e que além de se observar um público majoritariamente mais velha, que o acompanhou desde a época dos Beatles, pode ser notar bastantes braços levantados, quando Macca pergunta ao público se é a primeira vez de alguém em seu show.

Com isso, por volta das 20:30, após a passagem de um vídeo que conta em imagens a sua carreira, grupos que fez parte e detalhes da discografia solo, McCartney e banda sobem ao palco para explosão de êxtase do público, com o emblemático hit “A Hard Day’s Night” dos The Beatles abrem a apresentação que tinha tudo para ser uma das nostálgicas dos últimos tempos, “Letting Go” que além de ser de sua outra banda Wings, se destaca pela atuação dos músicos de instrumento de sopro, que de repente aparecem no meio do público tocando seus saxofones e trompetes, “Drive my Car” e “Got to Get You Into My Life” fecharam os primeiros 30 minutos, salvo para os momentos de interação arriscando as gírias brasileiras como de costume: “O Pai Tá On”.

Por hora, antes do momento mágico de Macca em seu piano de cauda preto, em que toca músicas memoráveis, passeia um pouco por sua carreira solo com “Come on To Me”, com a melancólica “Let Me Roll It”, agora, no momento mais romântico da noite, ao se sentar no piano, Paul dedica “My Valentine” para sua esposa em que estava ali presente, e com o público 100% na mão, explode a euforia dos acalorados com “Let Em In”, “Nineteen Hundred And Eighty-Five” e “Maybe I’m Amazed”.

Crédito: Marcos Hermes

Voltando ao universo beatlemaníaco, a composição do show muda um pouco de cara, o tom forte do rock n’ roll e os graves bem pulsantes do baixo, dão espaço ao momento mais acústico, com violões e uma bateria reduzida, “I’ve Just Seen a Face”, “Love me Do” e “In Spite of All Danger” transbordam nostálgica por se tratarem de músicas dos primeiros anos de Beatles, sendo a última, canção do The Quarrymen, grupo em que Paul e John tiveram antes de formar a mítica banda de Liverpool, “Dance Tonight” fechou a apresentação acústica, com a já conhecida dancinha do baterista Abel, que tira proveito do momento para chamar atenção toda para si.

Assim, com os músicos saindo de cena, era vez do paul subir na plataforma que eleva ele até uma altura

em que o deixa numa visão privilegiada e ver e encarar todos os rostos na multidão, pois entende que seu lugar no legado da história da música está acima dos demais. E nessa pegada, apenas com seu violão na mão, a emoção nas alturas e o telão gigante na frente da plataforma que passa imagens de pássaros, anuncia que a bola da vez é a canção “Blackbird”, que preenche o coração de todos ali com amor e emoção, as luzes dos celulares tomam conta de todo Allianz, que empolgado canta “Here Today”, lá de cima mesmo.

Talvez, ou quase certeza, que a maior surpresa e maior destaque do show, foi a execução da música “Now and Then”, música recém-lançada dos Beatles, que estava perdida por anos e foi concluída graças a Inteligência Artificial, e seguindo pelo caminho do sucesso dos Beatles, “Lady Madonna”, “Something” e “Ob-La-Di Ob-La-Da”, formaram uma sequência para fã nenhum colocar defeito.

Crédito: Marcos Hermes

O sucesso de Paul McCartney no Brasil é absoluto e indiscutível, no auge dos 82 anos, continua a surpreender e encantar plateias por onde passa, e toda vez aqui nunca é diferente, a expectativa sempre fica nas alturas, e diante do cenário, a apresentação já se encaminha para o bis, e com quase já duas horas de show, ainda tinha muita música para ser tocada, e antes de retornar ao seu piano de cauda, botou o público para sacudir ao som de “Get Back” e por logo, todos se emocionarem com “Let it Be”, que por quase unanimidade é uma das mais emocionantes canções escritas por Macca, pois ele mesmo relata que é sobre sua mãe, e deixando um pouco a emoção de lado, a triunfante “Live and Let Die” deu as caras com efeitos visuais, fogos e muita pirotecnia, para então dar passagem para que talvez seja o ponto mais alto do show.

Durante as 3 horas de shows, a execução de “Hey Jude” seja provavelmente os minutos mais aguardados de uma alta porcentagem do público, todo cantam nota por nota, fazem coro, choram, se entregam de uma forma semi-igual e Macca que parece estar acostumando com a sensação, até ele transparece uma emoção como se estivesse ouvindo pela primeira vez a própria canção

Assim, Paul e sua banda retornam para dentro das cortinas para dar aquela pausa para respirar um pouco e seguir com o roteiro, de modo que não demoram muito e logo já emendaram uma sequência para se despedir do público no mais alto padrão, “Iv’e Got a Feeling” abre a lista pós-bis, mas sem perder a pose pergunta se alguém faz aniversário no estádio, para que pudesse tocar “Birthday” e seguindo com “Sgts Peppers Lonely Hearts Club Band” e “Helter Skelter”.

Por Fim, a tríade musical composta por “Golden Slumbers”, “Carry The Weight” e ”The end” canções que se completam e se sintonizam entre si do disco Abbey Road, fecham a noite mágica, mestral e magnífica do que alguns tratam como o músico mais importante do século passado, o artista que revolucionou e continuam revolucionando e impactando a indústria da música, cultura e Business.

Paul e sua trupe desembarcam em Florianópolis no dia 19 de outubro para uma apresentação gloriosa no Estádio da Ressacada, voltando à cidade de Santa Catarina 12 anos depois de sua última apresentação por lá.

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