The Reign of Kindo combina Jazz e Rock Progressivo em espaço intimista em São Paulo

Foto: @__lkraw / Lucca Adams

The Reign of Kindo, com um público fiel devido à sua abordagem técnica e criativa, retorna ao Brasil após nove anos de ausência no país para apresentações nos dias 21 e 22 de março em São Paulo, no La Iglesia, e no dia 23 no Rio de Janeiro, no Agyto.

Conhecido por sua mistura singular de jazz, rock e pop, com uma instrumentação sofisticada e arranjos bem arquitetados, o grupo é admirado tanto por músicos quanto por ouvintes casuais que apreciam uma sonoridade diferenciada.

A banda surgiu após a dissolução do This Day & Age, um grupo de indie rock que havia lançado dois álbuns pelo selo One Eleven Records. Após o fim da banda, vários membros decidiram continuar tocando juntos, explorando novas sonoridades e incorporando influências de jazz e música experimental. Formada em 2006 em Buffalo, Nova York, o som de The Reign of Kindo se destaca pelo uso de harmonias ricas, mudanças rítmicas inesperadas e um forte foco na musicalidade.

A casa abriu suas portas às 19h30, permitindo que os fãs se acomodassem e se preparassem para a noite musical. Às 21h, pontualmente, as luzes se apagaram e o The Reign of Kindo subiu ao palco, iniciando o show com “City Lights & Traffic Sounds”, do álbum This is What Happens (2010). A faixa conta com uma longa introdução instrumental de aproximadamente 2 minutos, se destacando por seu arranjo instrumental detalhado.

Com uma melodia suave e introspectiva, estabelecendo uma atmosfera quase melancólica, a música logo evolui para uma estrutura mais energizada, com ritmos complexos e variações dinâmicas. As influências do jazz fusion ficam evidentes na parte instrumental, com o uso de teclados, piano e bateria, além das improvisações que exploram a musicalidade dos músicos da banda.

A banda nova-iorquina é um exemplo clássico de eventos nos quais, após a apresentação, o público se vê transformado em admirador fiel. Embora sua performance ao vivo seja tão fiel e precisa quanto suas gravações de estúdio, isso não consegue refletir inteiramente o talento e a expressividade que se manifestam de forma visceral no palco.

Seguindo o setlist da noite anterior, “The Moments in Between” reverberou pelo La Iglesia. Embora o espaço tenha uma capacidade consideravelmente menor do que as grandes casas de shows em São Paulo, o público fiel da banda preencheu o local com uma energia contagiante, tornando evidente o poder da conexão entre fã-artista. A vibração não se limitou à performance, mas foi amplificada pela paixão daqueles que entoavam cada verso da canção – foi um encontro perfeito entre o virtuosismo instrumental e a entrega do público.

@__lkraw

Mesmo sendo uma banda relativamente underground, The Reign of Kindo constrói seu sucesso independente, é um reflexo da nova era da música, onde a internet e o financiamento coletivo podem permitir que artistas altamente técnicos prosperem sem depender de grandes gravadoras. Ainda que seja admirável o trajeto percorrido para se destacar de forma independente, é uma pena que um grupo com tamanha habilidade não receba o reconhecimento merecido no cenário global.

O tecladista, Rocco, é um espetáculo a parte. O músico é um dos pilares para a construção sonora da banda atualmente, nítido pelo engajamento tomado pela maestria ao dedilhar as teclas.

O grupo fez um mashup com clássicos da música internacional, com “Let It Go / Something In The Way That You Are / Let It Go / Careless Whisper / Something In The Way That You Are / Something”. Joseph Secchiaroli (vocalista) relembra uma das primeiras músicas criadas pelo grupo pela performance de “One Man Parade” – presente no EP título de estrei – dessa vez de forma semi-acústica.

Confira o setlist completo:

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