Créditos: @pridiabr / @30eb
É inevitável ignorar o impacto de Jão e sua consolidação como um dos maiores nomes do cenário pop nacional. Em uma indústria musical marcada por tendências efêmeras e disputas acirradas por espaço e relevância, o cantor se destaca como um artista que une autenticidade, inovação e carisma de forma singular. Seu trabalho é marcado por uma identidade artística sólida, composições que equilibram sensibilidade e universalidade, além de apresentar algumas das produções mais sofisticadas em termos de palco durante suas turnês. Esses elementos não apenas reforçam sua posição de destaque, mas também apontam para sua influência duradoura na música brasileira contemporânea.
Com menos de uma década de carreira, o cantor de Américo Brasiliense (SP), após conquistar o Brasil com seu talento e dedicação, fez história com uma das turnês nacionais mais bem-sucedidas e lucrativas dos últimos tempos, apresentando-se para cerca de 500 mil pessoas ao longo de um ano com a Superturnê. Após duas datas esgotadas no Allianz Parque no ano passado, uma das quais foi transmitida ao vivo pelo Multishow, a alta demanda levou à marcação de uma terceira data neste ano.
Com uma estrutura muito mais grandiosa do que o cantor já havia proporcionado, o palco principal foi adornado por uma escultura imponente de um dragão branco, representando o elemento fogo, tema central do álbum Super. Com 30 metros de largura e 10 metros de altura, essa obra proporcionou um impacto visual marcante, complementada por uma enorme passarela que atravessava o estádio, permitindo que fãs de diferentes setores tivessem uma experiência mais próxima e imersiva.
No último sábado (18), Jão fez de seu show de encerramento uma celebração de seu sucesso ao lado de mais de 50 mil fãs, que, apesar dos números, a sensação foi de estar em um espaço intimista pelo carinho que o cantor teve com sua equipe de trabalho e o público. Antes de dar início a apresentação, o cantor interagiu com a plateia ao exibir uma câmera direcionada ao público, que cantava a música “Alinhamento Milenar”, fazendo os fãs se sentirem vistos e apreciados.
Dividindo a setlist pelos quatro elementos, que correspondem aos seus quatro álbuns de estúdio, o cantor selecionou a dedos as músicas que melhor representavam cada temática. O show teve início com “Escorpião”, faixa tema da atual novela das nove da Rede Globo – “Mania de Você”, seguida de seus maiores sucessos, como “Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor” e “Imaturo”. Contudo, é em “Doce” que o Allianz Parque fica tomado de luzes coloridas pelo uso de pulseiras de LED, que mudam de cor de acordo com um sinal de radiofrequência, sincronizadas por um transmissor que é ligado aos efeitos visuais, semelhante às usadas pela banda Coldplay. Em “Monstros”, Jão compartilhou um momento de vulnerabilidade ao cantar uma carta aberta ao seu “eu” do passado, refletindo sobre uma luta interna de autoaceitação, além de ‘Supernova’, lançado em junho do ano passado. O disco é uma sequência do álbum ‘Super’.
“Foi um pouco difícil e dolorido me despedir. Essa turnê foi a coisa mais grandiosa e corajosa da minha carreira. Vocês [fãs] mudaram a minha vida, mudaram o significado das coisas. Agora, quando vejo estrelas, um mar de chapéus vermelhos… eu vejo vocês, vejo nossas memórias e o que construímos juntos”, expressou.
Em uma entrevista exclusiva à CAPRICHO, o estilista Maika Mano, responsável pelos visuais da turnê, revelou os principais conceitos que orientaram a criação dos looks, destacando a evolução artística de Jão e sua mensagem de liberdade pessoal. Os figurinos foram projetados para refletir tanto a autenticidade quanto a ousadia do cantor, combinando estilos modernos e clássicos, com toques de rebeldia e sofisticação.
No bloco Ar, Jão surpreendeu ao levitar sobre o estádio, passando de “Sinais” para “A Última Noite”, utilizando telões e projeções para criar uma atmosfera única que complementava a música.
O quarto ato, responsável pela caracterização do elemento “fogo”, fecha o espetáculo com direito a queima de fogos ao som de Alinhamento Milenar, criando um espetáculo visual e sonoro que exalta excelência. A energia do momento é palpável, e o artista consegue unir emoção e uma produção impecável, elevando a experiência ao nível máximo. Mesmo em três datas no mesmo estádio, Jão conseguiu fazer algo único a cada show, consolidando seu lugar como um dos artistas mais inovadores e procurados do Brasil.
Para encerrar, Jão surpreendeu seus fãs ao inovar na entrega das cartas, espalhando várias delas pelo Allianz Parque, criando uma conexão ainda mais especial e íntima. O show foi intensificado com a inclusão de faixas inesperadas como “Dança Pra Mim”, “Ressaca” e “Paranoid”, além da escolha popular de “Fim de Mundo”, determinada pelo volume de aplausos do público.